Conexão Brasil-Gelsenkirchen: a passagem dos 15 brasileiros que já jogaram pelo Schalke até hoje
- Schalke 04 Brasil
- 27 de jan. de 2022
- 7 min de leitura
Atualizado: 25 de fev. de 2023
Reprodução: Internet
Recentemente, se tornou comum vermos jogadores sul-americanos atuando em massa no futebol alemão, sobretudo brasileiros e argentinos. Mas não é de hoje que a prática é recorrente. Por mais curioso que pareça, o país que mais possui atletas que atuaram pelo Schalke, depois da Alemanha, é o Brasil, à frente de países como Holanda e Áustria (que, na memória, parecem ter alocado muito mais jogadores em no Vale do Ruhr que o Brasil) . Ao todo, 15 brazucas já vestiram a camisa azul-real ao longo de nossos 117 anos. Alguns com mais notoriedade, outros nem tanto. Vamos reviver a conexão Brasil-Gelsenkirchen relembrando um pouco da passagem de cada um deles por aqui.
Alcides
Reprodução: Internet
Depois de se destacar no sub-20 do Vitória-BA em 2002, o zagueiro subiu para o profissional no ano seguinte e logo começou a chamar a atenção dos clubes europeus, um deles o Schalke. Contratado por empréstimo de 6 meses com opção de compra ao fim, Alcides chegou a Gelsenkirchen com 18 anos e status de primeiro brasileiro da história do S04 em seus 99 anos de existência. Apesar de promissor, o zagueiro disputou apenas 10 partidas (metade delas improvisado na lateral-direita). A junção dos dois fatores fez com que a diretoria decidisse por não exercer a opção de compra de Alcides junto ao Vitória, que retornou ao clube sem deixar saudades nos arredores da Veltins-Arena. Queimado pela comissão técnica por ter jogado improvisado? Muito novo para uma experiência europeia? São dúvidas que ainda assolam o torcedor que o viu jogar.
Aílton
Reprodução: Internet
Duas vezes campeão da Pokal, Campeão da Bundesliga, artilheiro e futebolista do ano atuando em solo alemão em 2003/04. Nenhuma contratação poderia empolgar mais o torcedor azul-real no início do século do que a de Aílton, centroavante que veio, aos 30 anos, a custo zero do Werder Bremen, onde passou seis anos e conquistou os feitos acima listados. Apesar dos 20 gols e 6 assistências nos 44 jogos disputados pelo Schalke em 2004/05, o brasileiro saiu do clube logo na temporada seguinte, por motivos que ainda são desconhecidos pelos torcedores. A vinda de Aílton, entretanto, foi o estopim para a chegada de outros atletas que ajudaram o S04 a se tornar um concorrente em potencial no cenário nacional nos anos seguintes, como Lincoln, Bordon, Kobiashvili e Kuranyi.
Marcelo Bordon
Reprodução: Internet
Marcelo José Bordon, cria da base do São Paulo, chegou a Gelsenkirchen depois quatro temporadas e meia no Stuttgart, onde se destacou atuando ao lado do português Fernando Meira na zaga dos suábios. Pelo Schalke, o capita atuou 231 vezes, marcando 18 gols e anotando 9 assistências nas seis temporadas que passou no clube. Em 2010, após o fim de seu contrato, assinou com o Al-Rayyan (QAT). Bordon ainda possui, nos dias de hoje, um carinho respeitável pela equipe que lhe proporcionou seu melhor momento na carreira - onde chegou a conseguir até convocação para a seleção brasileira, em 2004. Em 2017, visitou o CT e participou de uma entrevista para a SchalkeTV (canal do clube no YouTube).
Lincoln
Reprodução: Internet
Talvez o brasileiro mais querido pela torcida depois de Bordon, Die Magier chegou à Veltins-Arena a custo zero, proveniente do Kaiserslautern (lembra deles?), em 2004/05. Passou três temporadas por aqui, tendo como números 31 gols e 33 assistências em 117 jogos. O encanto extra de Lincoln ficava por conta de sua característica a la Brasil, onde se mostrava ser um driblador nato e camisa 10 clássico, função que se encontrava carente na equipe desde a saída de Andreas Möller, dois anos antes. Em 2007, foi vendido ao Galatasaray-TUR por €5M.
Rafinha
Reprodução: Internet
Abrindo a lista dos ex-schalkers brazucas que ainda estão em atividade hoje, temos Rafinha. Comprado junto ao Coritiba por €5M em 2005, a primeira experiência internacional do lateral-direito serviu como prova de sua qualidade. O destaque no clube veio nos 198 jogos disputados entre 2005 e 2010, tendo ainda marcado 11 gols e promovido 24 assistências no período. No início da temporada 2010/11, foi vendido ao Genoa-ITA por €8M, onde ficaria por apenas um ano e voltaria à Alemanha para defender o Bayern München.
Zé Roberto
Reprodução: Internet
Zé Roberto chegou ao Schalke custando €3M aos cofres do clube, vindo do Botafogo em 2008. Em um contrato de duas temporadas, apenas a primeira foi cumprida no clube, visto que o meia foi pouco aproveitado em sua passagem por aqui. Foram apenas 3 jogos e 1 gol marcado pelo atleta com a camisa azul-real que, um ano depois, foi emprestado ao Flamengo - onde veio a se sagrar campeão brasileiro com o rubro-negro. Ao fim do vínculo, se tornou um jogador livre no mercado e assinou com o Vasco da Gama, sem custos.
Edú
Reprodução: Internet
Formado nas categorias de base do Guarani, Edú chegou ao Schalke depois de uma passagem de três anos no futebol da Coreia do Sul, assinando a custo zero com o clube na janela de inverno de 2010. Pelo clube, foram 57 jogos, com 7 gols e 5 assistências para o atacante, destacando os dois marcados contra a Internazionale no jogo de ida das quartas-de-final da UEFA Champions League de 2010/11, onde o Schalke venceu a partida por 5-2 no Guiseppe Meazza. Em 2013, retornou ao futebol asiático ao assinar sem custos com o Liaoning-CHI.
Mineiro
Reprodução: Internet
Outro brasileiro que teve uma passagem sem brilho por Gelsenkirchen foi Carlos Luciano, conhecido como Mineiro. Autor do gol do título do Mundial de Clubes conquistado pelo São Paulo contra o Liverpool em 2005, o volante chegou ao Schalke com status de jogador de ponta, pois vinha do Chelsea e sendo constantemente convocado para a seleção brasileira desde 2006. Entretanto, foram apenas 7 jogos disputados em uma única temporada pelo clube (2009/10), o que culminou em sua saída ao Koblenz - à época, na terceira divisão alemã - logo na temporada seguinte.
Danilo Avelar
Reprodução: Internet
Com 21 anos de idade, em 2011, Avelar foi contratado pelo Schalke por um empréstimo de seis meses, já que time que detinha seu passe (Karpaty Lviv-UKR) sempre relutava em negociar o atleta em definitivo com outros clubes. De janeiro a junho daquele ano, o lateral disputou apenas 7 partidas com a camisa azul-real, sendo 4 na Knappenschmiede e 3 no profissional (somente duas como titular). Os números nada expressivos serviram de justificativa para que, ao fim do empréstimo, Avelar retornasse à Ucrânia. Apesar da pouca duração, o atleta integrou o elenco campeão da Pokal de 2010/11, tendo o título como conquistado em seu currículo.
Michel Bastos
Reprodução: Internet
Continuando a lista de brasileiros emprestados, temos Michel Bastos. O ponta, contratado via um empréstimo de seis meses entre janeiro e julho de 2013, atuou em 16 partidas, marcando 5 gols e servindo 2 assistências. A torcida alemã ainda guarda remorsos da diretoria da época pelo tratamento que tiveram com Michel, muito pelo fato de, antes, ter jogado três temporadas e meia em alto nível no Lyon (o que lhe rendera até mesmo convocações para a seleção brasileira no período) mas, aqui, ter ficado tão pouco tempo e sido pouco aproveitado pelo então treinador Jens Keller.
Raffael
Reprodução: Internet
Antes de se tornar ídolo no Bourssia Mönchengladbach, Raffael passou seis meses emprestado ao Schalke pelo Dynamo de Kiev (curiosamente, no mesmo período de Michel Bastos). 16 jogos, 2 gols e 5 assistências foram os números contabilizados pelo centroavante na passagem. Ao fim do empréstimo, a equipe ucraniana o negociou com os potros, onde viria a fazer história atuando por 7 temporadas e se tornando 12º maior artilheiro da história do clube, com 71 gols em 201 jogos.
Felipe Santana
Reprodução: Internet
Talvez o brasileiro menos querido pela torcida alemã, o zagueiro Felipe Santana chegou ao clube depois de quatro temporadas jogando em bom nível no maior rival, o que leva a crer que seria um bom negócio para o Schalke. Mas não foi o que aconteceu. Erros constantes (na maioria das vezes, em coisas simples) e falta de entrosamento com o restante da equipe fizeram com que Felipe, em duas temporadas, disputasse apenas 32 jogos, marcando um gol e dando duas assistências. A falta de velocidade e explosão eram as coisas que mais irritavam a torcida azul-real, pois era sabido que, na Bundesliga, o aspecto físico, muitas vezes, acaba por ser predominante, atributo que não estava muito bem desenvolvido no zagueiro. Em 2015, negociou sem custos sua ida á Rússia, para jogar no Kuban Krasnodar.
Júnior Caiçara
Reprodução: Internet
Caiçara chegou ao time na temporada 2015/16 vindo do Ludogorets-BUL por €4,5M, com o objetivo de assumir a titularidade depois de uma série de constantes lesões sofridas pelo dono da posição, Atsuto Uchida. Em duas temporadas, o lateral atuou em 41 partidas, marcando um gol e proferindo seis assistências. Em 2017, foi negociado com o Basaksehir-TUR por €3M, onde está até os dias de hoje.
Naldo
Reprodução: Internet
Um dos maiores ídolos recentes do clube, Naldo dispensou comentários onde passou. Depois do sucesso conquistado em Bremen e Wolfsburg, o zagueiro passou duas temporadas e meia no Schalke, disputando 80 jogos, marcando 9 gols e oferecendo 3 assistências no período. Viveu o auge da equipe vice-campeã da Bundesliga comandada por Domenico Tedesco em 2017/18, onde foi eleito o melhor jogador do campeonato (sim, você não leu errado, nem Lewandowski conseguiu parar o homem) e concedeu a famosa entrevista onde comentou que Tedesco foi o melhor treinador com quem já trabalhou na carreira. De maneira infeliz, os dois iniciaram 2019 com muitas discussões e desentendimentos, onde o treinador solicitou à diretoria que o negociasse com outra equipe de maneira imediata. Saindo pela porta dos fundos, Naldo foi vendido ao Monaco por €2M, deixando saudades em toda a torcida e a irritando quando lhe faz lembrar de tal história.
William
Reprodução: Internet
Conterrâneo de Michel Bastos, o último brasileiro a vestir as cores do Schalke é o pelotense William, que veio emprestado pelo Wolfsburg no início do ano passado (2021), por um empréstimo inicial de seis meses visando ajudar a equipe na luta contra o rebaixamento. Nos 18 jogos feitos pelo time nesse recorte, William atuou em apenas metade (9), pois sofreu uma lesão de ligamento cruzado em abril - da qual se recupera até hoje - que o afastou dos gramados até o fim de seu período de empréstimo. Nos poucos momentos em que esteve em campo pelo clube, fez um bom trabalho e se mostrou ser um atleta polivalente, visto que jogou tanto como lateral quanto como meia aberto nas partidas disputadas.
Muitas histórias diferentes contadas a partir de muitos atletas diferentes. E para você, qual foi o melhor brasileiro que já jogou pelo Schalke? E qual o seu preferido? Nos conte nos comentários!
Comments