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De Gelsenkirchen à Europa: a grande glória continental do Schalke 04

Atualizado: 15 de out. de 2022



Dia 25 de maio de 1997. Estádio Giuseppe Meazza, Milão. Se você é um torcedor azul real sabe muito bem que data é essa. Foi quando o Schalke 04 atravessou as fronteiras da Alemanha e tornou-se o dono do continente com o título da Copa Uefa, atual Liga Europa. Jens Lehmann, Olaf Thon, Ingo Anderbrügge, Mike Büskens e Marc Wilmots são alguns dos heróis que cravaram seus nomes não somente na história do clube, mas também no coração de Gelsenkirchen. A vitória sobre a Internazionale de Milão, fora de casa, nos pênaltis, coroou e fez com que o clube conquistasse seu primeiro troféu fora do território germânico. Vamos relembrar essa odisseia continental?


Disputando o torneio graças a terceira colocação na Bundesliga 95/96, os mineiros começaram a Copa Uefa meio que desacreditados. O início no Campeonato Alemão não foi muito animador com uma vitória em cinco jogos, o trabalho do treinador Jörg Berger não era unanimidade no clube. Foi nesse cenário que a caminhada se iniciou, com o primeiro duelo frente ao Roda JC, da Holanda. Jogando em seus domínios, o Schalke 04 não tomou conhecimento e aplicou 3x0. Já no segundo jogo, com uma boa vantagem, o time alemão segurou um empate por 2x2 e classificação garantida.


Entre a primeira e a segunda fase da competição europeia, um fato importante pode ter sido fundamental para a conquista do S04. Mesmo com a vaga concretizada, o desempenho na Bundesliga não era nada animador e após a 8ª rodada aconteceu a troca no comando técnico. Sai Jörg Berger, entra Huub Stevens, treinador eliminado com o Roda JC.


Na sequência, o Trabzonspor, da Turquia. Mais uma vez o primeiro confronto em casa e outra vez uma vitória, porém com um resultado magro. A partida de volta foi um turbilhão de emoções. Aos 36 minutos a equipe visitante já abriria 2 a 0, com duas cabeçadas de Johan de Koch. Tudo decidido? Não mesmo. A equipe turca voltou ao segundo tempo para o tudo ou nada e virou a partida e quando as coisas estavam indo para pior, Martin Max jogou um balde de água fria no Hüseyin Avni Aker. 3 a 3 e vaga às oitavas de final.

O embate contra o Club Brugge logo de cara já se mostrou complicado. Atuando na Bélgica, a derrota por 2x1 ligou o sinal de alerta, mas também mostrou que jogando ao lado dos azuis reais a coisa parecia reversível. Dito e feito. Em um Parkstadion cheio, o Schalke 04 marcou no início e no fim da peleja. Martin Max e Youri Mulder colocaram o clube na próxima fase do torneio.

Pela frente, um duelo de peso contra o Valencia, da Espanha. O clube do sudeste espanhol chegou muito bem credenciado ao confronto. Vindo de ótima temporada 95/96, quando foi vice-campeão da La Liga, e com nomes no elenco como Claudio López e Gaizka Mendieta a tarefa parecia difícil. O primeiro jogo em Gelsenkirchen não foi problema para os mandantes. Thomas Linker e Marc Wilmots deram boa vantagem ao Schalke 04. No Mestalla, Youri Mulder aumentou ainda mais a vantagem do clube alemão, nem mesmo o gol de empate de Antonio Payatos causou algum tipo de sufoco.

Mais um time espanhol pela frente na semi da Copa Uefa, desta vez o adversário foi o Tenerife. A equipe que foi a surpresa do torneio eliminou forças como Lazio e Feyenoord e contava com um técnico muito conhecido do futebol alemão. Jupp Heynckes. Só por ter um comandante tão emblemático no banco todo cuidado era pouco e o primeiro embate mostrou isso. Logo aos nove minutos, Felipe Miñambres abriu o placar e definiu o resultado em 1x0. Para a decisão da vaga à finalíssima, o Schalke 04 contava não só com a força de seu estádio, mas também de toda a cidade. O primeiro tempo sem gols deixou a segunda etapa com drama, porém a cabeçada do alívio veio com Thomas Linker, que aos 68 abriu o placar para os azuis reais e igualou a eliminatória. Com a partida já na prorrogação, a vaga para a final veio com outro gol de cabeça, desta vez com o ídolo Marc Wilmots, que decretou o Schalke 04 na decisão da Copa Uefa 96/97.


O último adversário do Schalke 04 era a poderosa Inter de Milão, equipe que desde o começo era considerada como uma das favoritas ao título. Antigamente a grande final do torneio era em dois confrontos, com a melhor campanha fazendo a segunda partida em casa, caso do clube italiano. Então os mineiros não perderam a oportunidade de abrir vantagem no duelo, e o gol de Marc Wilmots já no final da partida fez a festa das mais de 56 mil pessoas no Parkstadion. Agora tudo seria decidido no Giuseppe Meazza completamente abarrotado. A Inter fez valer a pressão da torcida, mas o clube alemão não se abalou e criou chances, obrigando Pagliuca a trabalhar muitas vezes ao longo da partida. A bola não queria entrar, nem para um lado nem para o outro, até o minuto 85 quando Iván Zamorano desviou um lateral e fez 1x0, explodindo o estádio. A prorrogação foi terrível para o S04, com os mandantes chegando com muito perigo a meta de Lehmann, que contando com a sorte ainda viu Maurizio Ganz acertar caprichosamente a trave. Com dois goleiros que cresciam na hora das cobranças da cal, a tranquilidade e confiança dos batedores eram pontos chaves. O Schalke 04 começou a bater com Ingo Anderbrügge e gol. Iván Zamorano de herói interista foi à vilão com Jens Lehmann defendendo sua cobrança. As duas próximas batidas foram convertidas por Olaf Thon e Youri Djorkaeff. Chegou a vez de Martin Max e bola na rede, mas quando veio o momento de Aron Winter já se sabia que se ele errasse a Inter se complicaria, até por isso Lehmann deu uma catimbada no jogador holandês e deu resultado, a cobrança para fora colocou os azuis reais a um acerto da conquista. Marc Wilmots, craque daquele elenco, não titubeou no momento de maior pressão e só deslocou Pagliuca e concretizou o triunfo.


A festa começou logo no estádio com torcedores alemães, jogadores se abraçando e a comissão técnica em transe, mas o estádio seria pequeno para o tamanho da comemoração dos apaixonados pelo S04. Houve festa em Milão, em Gelsenkirchen, na Alemanha e por toda Europa. Pela primeira vez o continente se pintava de azul e branco.





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